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Quatro ângulos do Mapa Astral

Saiba mais sobre Ascendente, Fundo do Céu, Descendente e Meio do Céu

Atualizado em

Um Mapa Astral é uma fotografia do céu no momento em que nascemos. É calculado segundo o lugar de nascimento, porque é o céu que veríamos se ao nascer olhássemos para cima. A hora de nascimento é fundamental porque determinará a divisão das casas no mapa, que são as áreas de atividade das nossas vidas. Esse conjunto de informações levantadas segundo a data, hora e lugar de nascimento de uma pessoa determinarão seus potenciais e as características. E apesar de grande parte da interpretação de um mapa se centrar nas análises do Sol, Lua e Ascendente, os ângulos do mapa são fundamentais para entender a estrutura de uma personalidade, como ela se formou, o que a sustenta, e como ela funciona.

Enquanto os signos nos falam de traços de caráter, as casas se relacionam com condições. Se comparássemos Astrologia com teatro, os planetas seriam os atores, os signos seriam os papéis que interpretam e as casas seriam os cenários ou situações onde o elenco atua. E dentro destes cenários, os ângulos do mapa são lugares de muita energia, que manifesta muito do que somos e do que gostaríamos de ser. São fundamentais para entender nosso passado, presente e futuro. Chamamos de ângulos as cúspides (ou linhas onde iniciam) das Casas 1, 4, 7 e 10.

Ascendente

O Ascendente, localizado na Cúspide da Casa 1, mostra a nossa personalidade, nosso temperamento e tendências naturais, nossa individualidade e forma de nos expressarmos. Se relaciona também com inícios: do dia, determinado pelo nascer do sol no horizonte todas as manhãs; da nossa vida, com o nosso nascimento; e de todos os nossos empreendimentos. É a forma como “nos embalamos” e “nos vendemos”. Mostra a nossa abordagem da vida.

Fundo do Céu

O Fundo do Céu, localizado na Cúspide da Casa 4, mostra o nosso lar de origem, nossos pais, e o lar que vamos formar. Aqui vemos ancestralidade, raízes psicológicas e vida privada. Também indica as condições dos nossos últimos anos. Mostra o genitor que mais nos influenciou durante a infância, e que funciona como base de nossa personalidade, de nosso caráter.

Descendente

O Descendente, localizado na Cúspide da Casa 7, mostra nossas parcerias conjugais e de negócios, o casamento, o divórcio, os contratos, os processos, as negociações, qualquer trato com o público. Envolve nossos inimigos declarados, a nossa cooperação (ou falta de) com os demais. Indica também aquilo que mais nos falta, já que está em oposição a Primeira Casa, que é a casa dos nossos traços mais marcados de personalidade. Em outras palavras, é uma casa “projetiva”, porque ainda aquilo que cremos que nos falta, e por isso buscamos no outro, são características nossas, com as quais ainda não entramos em contato, qualidades ainda não desenvolvidas.

Meio do Céu

O Meio do Céu, localizado na Cúspide da Casa 10, mostra a nossa profissão, reputação, posição na comunidade. Indica o nosso status, a fama, a promoção, as atividades sociais e de negócios, o nosso empregador, o governo ou qualquer outra autoridade acima da gente. Aqui vemos nossas realizações e como o mundo nos vê e avalia. Indica a influência que exercemos sobre nosso meio. Aqui se vê também o outro genitor, o que não está representado na quarta casa. Mas a informação mais importante que nos dá o Meio do Céu é sobre nosso objetivo de vida: que tão longe queremos chegar?

Agora, reunamos todas essas informações e pensemos no Mapa Astral como um processo evolutivo, onde a primeira casa indica o momento do nosso nascimento, a quarta casa representa a nossa infância, a sétima casa fala da nossa adultez jovem, e a décima mostra o clímax de nossas vidas. Pensemos também na metade inferior do mapa como a parte mais privada de nossa personalidade, a qual só poucos têm acesso, e a parte superior como a parte mais pública, que todos vêm. Ao nascer, somos puro instinto e reflexo. Choramos para conseguir o que desejamos e, segundo as respostas que recebemos para nossas demandas, vamos aprendendo a nos comunicarmos, primeiro com nosso cuidador primário, e depois com o nosso meio.

Do nascimento à vida adulta

Durante os primeiros anos de nossa vida serão assentadas as bases de nossa personalidade. Será ali, na nossa casa 4, no nosso seio familiar, que aprenderemos (ou não) a ser cuidados, nutridos, protegidos. Aqui, somos receptores ativos de nosso meio e, com isso, aprenderemos a ser doadores no futuro. Será segundo o que recebermos aqui que poderemos dar ao outro (casa 7) e ao mundo (casa 10).

Crescemos e nos tornamos independentes. Começamos a passear, a namorar, a trabalhar e encontramos um parceiro com quem queremos compartilhar mais do que meros momentos de prazer. Chegamos em nossa casa 7, e aqui vamos aprender de que maneira aquilo que somos (casa 1) e aquilo que recebemos em nossa infância (casa 4) funciona ou não no relacionamento com os outros.

Casamos, e continuamos progredindo. Temos um objetivo na vida, que as vezes nos leva tempo descobrir qual é. Esse objetivo está demonstrado pela Casa 10 do nosso mapa: é lá onde queremos chegar e, ao lado do nosso companheiro, caminharemos em busca deste objetivo, seja ele pessoal, social ou profissional.

Esse seria o curso “natural” da vida (palavra não usada com qualquer fim pejorativo ou discriminatório). Mas nem sempre o caminho que seguimos é esse, não exatamente nessa ordem, nem com essa fluência. Há desafios a serem superados a nível pessoal e familiar para alcançarmos nossos objetivos sociais e profissionais. E é ao longo dessa trajetória que vamos nos conhecendo e desenvolvendo nossas potencialidades como ser humano. Mas, de que conflitos estamos falando? Vejamos a relação entre as casas para entendê-los um pouco melhor.

  • A Casa 1 se encontra em quadratura (tensão) com as casas 4 e 10 e em oposição com a Casa 7. Isso simboliza as tensões e desafios envolvidos no processo de amadurecimento natural a todo ser humano. Vejamos essas relações mais a fundo.
  • Quadratura entre as Casa 1 e 4: Nascemos como indivíduos separados e únicos (Casa 1), porém totalmente dependentes de cuidados alheios para sobreviver. Só nos desenvolvemos a partir das interações em nosso lar de infância, daquilo que damos, que recebemos, que vivenciamos. A pergunta colocada por essa relação é: de que forma a vida no lar (Casa 4) sustenta ou reprime a nossa individualidade florescente? A Casa 4 indica um dos genitores, e ele funciona como sustentação para nosso desenvolvimento, como base (Casa 4) e trampolim para alcançarmos sucesso social (Casa 7) e profissional (Casa 10). Ou poderá funcionar como um impedimento ao nosso crescimento.
  • Oposição entre as Casas 1 e 7: alguma condição de identidade e liberdade pessoal (Casa 1) tem de ser sacrificada para fazermos com que um relacionamento (Casa 7) funcione. Assim, esta relação mostra o clássico conflito encontrado na maioria das relações: quanto de nossa individualidade mantemos e quanto ajustamos à aquilo que os outros necessitam ou requerem? Se nos ajustamos demais perdemos nossa própria identidade, mas se somos muito centrados em nós mesmos e exigentes, terminaremos sozinhos. No zodíaco natural, não por coincidência, estas casas são análogas aos signos de Áries (o signo do eu) e Libra (o signo do outro).
  • Quadratura entre as casas 4 e 7: a relação entre essas duas casas mostra como padrões estabelecidos na infância (Casa 4) podem afetar nossas relações estáveis. Os modelos de relações vistos e vividos durante nossos primeiros anos serão, de alguma maneira, levados para a relação a dois, seja como referência do que evitar ou como objetivo a alcançar. E o cuidado para não perder a objetividade na relação com o outro se torna fundamental.
  • A quadratura entre as casas 7 e 10: Esta relação mostra o conflito que a maior parte dos casais vive hoje em dia: quanto tempo dedicar a carreira, quanto tempo dedicar as nossas relações? Mais do que isso, aqui se mostra de que maneira essas duas áreas interagem, ajudando ou atrapalhando o alcance de nossos objetivos. Para alguns, essa interação é harmônica e ambas áreas têm igual peso e valor, tendo sido alcançado primeiro o casamento para juntos ambos saírem em busca de suas realizações profissionais. Para alguns, há sempre uma escolha a fazer.
  • Oposição entre as Casas 4 e 10: Considero essas duas casas e a relação entre elas como o eixo fundamental para leitura da personalidade. O eixo (4-10) dá sustentação ao eixo 1-7. Aqui se vêm ambos genitores (pai e mãe) e sua influência na transformação de um indivíduo de um ser basicamente instintual (Casa 1) em um ser social (Casa 7). Segundo essa relação, veremos que tão caseira a pessoa é, que valor ela dá a carreira e profissão, e de que maneira a formação dela na infância ajuda ou atrapalha o alcance de seus objetivos de vida, vistos na Casa 10. Nosso condicionamento infantil (casa 4) influencia nosso funcionamento social mais tarde (casa 10). A pergunta é: as bases cimentadas em nosso lar de origem nos dá força e nos torna mais independentes, ou nos tira autonomia e nos torna mais dependentes?
  • Quadratura entre as Casas 10 e 1: A autodisciplina é necessária para desenvolver uma carreira, o que invariavelmente limita nossa liberdade e espontaneidade pessoal. A sociedade, como referência de nossas vidas, impõe restrições à nossas inclinações naturais de personalidade. Esses dois “eus” (privado e social) são muito diferentes entre si, ou são coerentes e harmônicos? Quanto do que somos estamos dispostos a renunciar em nome de nossa reputação, para atender a demandas do meio?

Entender os quatro ângulos do nosso mapa nos dá ferramentas para entender e alterar o nosso destino. Há uma razão pela qual somos assim, mas há opções de ser diferentes. Já descobriu quais são as suas?

Marcia Fervienza

Marcia Fervienza

Astróloga e terapeuta há mais de 20 anos. Associa sua experiência com aconselhamentos analíticos ao trabalho com Astrologia para facilitar o autoconhecimento, o empoderamento e a transformação pessoal.

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