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Ansiedade de fim de ano: veja dicas práticas para lidar com a angústia

Compartilhamos algumas ideias para lidar melhor com a complexidade de sensações na época de Natal e Ano-Novo

Atualizado em

Um turbilhão de emoções toma conta da maioria de nós quando o fim do ano se aproxima. Ao mesmo tempo em que a alegria e a esperança costumam prevalecer, também podem estar presentes sentimentos como o medo e a ansiedade

Muitas vezes, essas sensações ganham força não apenas pelos inúmeros acontecimentos que marcaram o ano que passou, mas por memórias da vida inteira. Afinal, qual o melhor jeito de encarar nossas angústias e sentimentos sem deixar de lado o momento de renovação?

A seguir, compartilhamos algumas ideias para lidar melhor com a complexidade de sensações na época de Natal e Ano-Novo. Confira:

Por que sentimos angústia e ansiedade no fim do ano?

Nós temos uma espécie de calendário interno que remete a fatos importantes de nossas vidas. Mas as festas de fim de ano marcam todo o mundo ocidental. Mesmo para as culturas que não são cristãs, o Natal tem forte apelo de união entre entes queridos. Para algumas famílias, esse pode ser o único momento do ano em que todos se reúnem em volta da mesa e estão presentes.

Já a virada do ano tem caráter de festa, de renovação das esperanças. É como se fosse um ritual de boas-vindas simbólico ao ano que se inicia. Assim, as festas de fim de ano são recheadas de memórias, de histórias divertidas, de perfumes e sabores, daquele prato tradicional, daquela sobremesa que não pode faltar. 

Também é nessa época que muita gente percebe o quanto as crianças cresceram e como os adultos estão envelhecendo. É o momento em que todo mundo dá a sua contribuição – que pode ser negativa, como aquele comentário impróprio, que acaba se transformando em fofoca na família. Mas também há espaço para discursos emocionados, que fazem lembrar da importância da renovação dos afetos.

Contudo, silenciosamente, muita gente também guarda em si alguns sentimentos negativos nesta época de festejos. Medo, angústia, tristeza e ansiedade estão entre os principais. Há também quem relate uma vontade de que tudo aquilo passe logo, desânimo com a mesmice dos eventos ou até uma saudade irremediável.

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Como encarar os lutos pessoais neste período?

Os lutos de fim de ano estão representados em diversas situações, como a separação de um casal, a perda de alguém querido que não está mais presente, ou até uma mudança de residência que causa nostalgia. 

O primeiro Natal sem aquele parente querido que faleceu dá um aperto no coração. Perder o emprego em julho é diferente de perder em novembro ou dezembro. Assim, com suas dores secretas ou silenciosas, muitas pessoas representam um papel aceitável para não estragar a festa – quando, no fundo, tudo está meio sem graça. 

Será que existe mesmo a necessidade de todos demonstrarem uma alegria formal quando há algo que incomoda? Como passar por esse período sem negar esses sentimentos mais incômodos e, ao mesmo tempo, sem deixar a festa pesada?

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Dica: não tenha medo de falar a respeito do que sente

Antes de iniciar a refeição ou a troca de presentes, alguém pode tomar a palavra e fazer um breve discurso sobre a configuração atual da festa. Apenas como referência de como se pode tocar no assunto, seguem algumas sugestões de como começar:

“Este ano é diferente do ano passado. Primeiro porque estamos todos um ano mais velhos. E depois porque, neste ano, não temos o nosso avô (ou nossa mãe) presente. Mas podemos fazer um brinde em memória dos que se foram e, dessa forma, eles estarão presentes em nossos sentimentos.”

“Este ano é diferente do ano passado porque a Marta e o Júlio se separaram e a Marta está passando o Natal com a família dela. As crianças ficam com ela no Natal deste ano e, no ano que vem, com o pai. É uma oportunidade para refletirmos sobre como a vida é dinâmica e tudo muda. Mas não precisamos nos entristecer por isso.”

“Este ano temos pessoas que viveram coisas importantes e, para outros, parece que nada mudou. Então vou propor que cada um fale o que quiser sobre os acontecimentos e sobre como está se sentindo.”

Desta forma, cada um pode, se desejar, tomar a palavra para compartilhar algo importante que aconteceu. Quem entrou na faculdade, perdeu o emprego, terminou um namoro, começou um romance. Alguém que está se tratando de uma doença, outro que se recuperou, e assim por diante. Esse momento pode arrancar risos ou lágrimas dos presentes, mas é também uma ocasião em que todos podem demonstrar solidariedade, afeto e companheirismo.

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Como lidar com os sentimentos na passagem de ano

Embora o Réveillon seja um momento mais flexível e livre para algumas famílias – quando alguns escolhem passar com amigos ou viajando, por exemplo –, há outras que ainda gostam de se reunir.  

O Ano-Novo é como uma promessa de dias melhores. Há quem faça uma lista de intenções, enquanto outros escrevem quais são os seus desejos. Algumas pessoas compartilham o que planejam, e outras não. 

Gostaria de propor que você faça uma reflexão sobre como foi o ano que está ficando para trás. Tire um tempo para esse exercício, e anote em um papel:

  • O que você realizou de mais marcante? Quais foram as suas conquistas?
  • Na vida prática, terminou um curso, se manteve firme nos exercícios físicos? 
  • No trabalho, conseguiu se sentir realizado? Ou demitiu-se do trabalho que lhe sufocava? 
  • Na vida pessoal, pediu a namorada em casamento, se casou, se separou? 
  • Sobre seus entes queridos: teve um filho, perdeu uma pessoa querida?

Ao lado das lembranças e realizações, vale refletir também sobre a forma como você lidou com os acontecimentos do ano. Será que era possível ter encarado alguma situação de forma diferente? Assim, é possível compreender que há várias maneiras de experimentar e reagir aos eventos da vida. 

No final do ano, fechamos simbolicamente um ciclo. Nos despedimos de tudo o que passou e abrimos caminho para novas escolhas, novas formas de ser e de existir. Trata-se de uma semana intensa, agitada, cheia de compromissos. 

Mas, fundamentalmente, é um período que comove muitas pessoas. Pode ser um momento para abrir o coração aos mais necessitados, reconhecer os próprios privilégios na vida. Um tempo de agradecer, de se aquietar, de integrar seus medos e angústias. De sonhar e lembrar o quanto temos potencial para muito mais, se assim desejarmos.

Celia Lima

Celia Lima

Psicoterapeuta Holística, utiliza florais e técnicas da psicossíntese como apoio ao processo terapêutico. Presta atendimento também por meio de terapia breve com encontros semanais, propondo uma análise lúcida e realista de questões pontuais propostas pelo cliente objetivando resultados de curto/médio prazo.

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