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Como saber se um relacionamento está indo rápido demais

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Vocês se interessaram um pelo outro, conversaram, se tocaram e, instantaneamente, o sentimento nasceu. Esse ritmo te assusta? Nunca passou por uma experiência tão acelerada assim ou já teve uma experiência ruim quando tudo está rápido demais? Mas que mudanças esse dinamismo provoca na maneira de nos relacionarmos? Será que é bom e pode dar certo? Como saber se um relacionamento está indo rápido demais?

Sim, estamos vivendo a rapidez, o dinamismo e o contato pela internet, o que potencializa o tempo de troca em qualquer tipo de relacionamento – e o amoroso não iria escapar ileso.

Vamos discutir e refletir juntos sobre estas questões a seguir.

Estamos indo rápido demais?

Tudo depende do nível de interesse que os pares têm de entrar num relacionamento.

Também depende da disponibilidade de ambos em viver uma grande paixão, dessas que mudam a rotina rapidamente, e de encaixar o par na sua vida de uma hora para a outra.

Já pensou nos elementos essenciais para que um relacionamento engate rapidamente?

Em muitos casos, encontramos um dos parceiros com mais intensidade emocional para viver um relacionamento de grande entrega num ritmo mais frenético, sem passar pelas etapas que vemos acontecer em outros relacionamentos.

Enquanto também encontramos pessoas que demandam um pouco mais de tempo para mergulhar em um relacionamento amoroso e se entregar afetivamente de fato.

Existe um tempo certo para se entregar?

Será que existe uma regra geral que delimita o tempo “certo” para dizermos “eu te amo”? E para viverem sobre o mesmo teto? Para o sexo?

Certamente, mesmo tentando achar uma média juntando às experiências de vários casais, a resposta tem de fazer sentido para os envolvidos, e não para pessoas externas à relação.

Um dos pontos a se entender bem sobre o dinamismo dos relacionamentos é se este tempo é o suficiente para os dois, se para os dois lados é conveniente ter um período curto para se envolver na relação e dar prioridade a ela.

Quando o relacionamento está sendo muito invasivo para uma das partes, ou seja, está ultrapassando os limites do que é desejado para alguém, é preciso que haja um diálogo entre os dois para descobrir o ponto em comum (se é que ele existe) entre os envolvidos.

A questão de tempo tem a ver com o interesse do casal e também com a entrega que os dois têm vontade de viver. Então, não há uma regra maior que deve ser respeitada. O que precisa ser respeitado é a individualidade de cada um na busca de harmonia entre os dois.

O que começa rápido pode acabar rápido

Pessoas que vivem grandes paixões tendem a começá-las tão rapidamente quanto as terminam.

Por isso, é preciso ficar atento a esse comportamento se existe interesse em viver um grande amor.

Encontrar uma possibilidade de construir uma ponte para que esse relacionamento tenha não só a intensidade do momento, mas uma durabilidade construída por ambas as partes pode ser interessante.

Já atendi uma pessoa que constantemente ao conhecer alguém, já ficava em clima de lua de mel. Sem que ela percebesse esse padrão, que acabava sempre em repulsa. Seus parceiros se sentiam de alguma maneira “sugados”, “absorvidos demais” pela relação e não suportavam mantê-la por mais de 3 meses.

Esta analisante acabou descobrindo o que minava suas relações – uma carência emocional muito grande e através dela, buscava preencher sua vida com a vida do parceiro. Com isso, todos, simplesmente todos, fugiam disso de alguma maneira, sumindo ou inventando algum motivo, até mesmo uma traição para se afastarem.

Em casos de pessoas que só conseguem viver relacionamentos intensos, mas que não conseguem mantê-los por muito tempo e além disso, se incomodam com esse padrão nos seus relacionamentos, é essencial buscar se conhecer e se trabalhar em análise para descobrir como lidar melhor com seus sentimentos.

Não há regras

Reafirmo que não há uma regra geral para sabermos se um relacionamento vai dar certo ou errado, até porque toda relação dá certo enquanto existe, de alguma maneira.

Mas ainda, é muito importante se descobrir para aprender a respeitar melhor seus limites, assim como os limites de quem se quer criar elos afetivos de amor e tranquilidade.

Hoje, está cada vez mais romantizada a intensidade, mas é bom não confundir os ímpetos afetivos com os de agressividade, expressa através de crises de ciúme e de possessividade.

Sempre é bom lembrar que para se relacionar com alguém pode ser bom conhecer sua história de vida e seus interesses, para que não se crie sofrimentos através de tantas expectativas sobre essa pessoa que não é nenhum príncipe ou princesa de um mundo encantado.

Se você é uma pessoa que só consegue viver grandes paixões, mas não consegue sustentar relacionamentos à base do amor ou não é capaz de entender o porquê de seus relacionamentos serem sempre muito intensos e, ao mesmo tempo, complicados, além de em alguns casos terminarem com muita dor, procure ajude profissional.

Bruna Rafaele

Bruna Rafaele

Psicanalista, especialista em Saúde Mental. Faz atendimentos presenciais no Rio de Janeiro e consultas online no Personare.

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