Como se prevenir para não ter distúrbios alimentares novamente
Veja como se prevenir para não ter distúrbios alimentares novamente com práticas de autoconhecimento, alimentação e apoio especializado
Por Priscila Monomi
Você já enfrentou problemas alimentares e tem medo de voltar a ter os mesmos comportamentos? Este artigo oferece orientações práticas sobre como se prevenir para não ter distúrbios alimentares novamente, mantendo o equilíbrio emocional e alimentar.
Você vai aprender a reconhecer gatilhos e criar uma rotina segura para seu corpo e mente.
O que são distúrbios alimentares e por que podem voltar?
Distúrbios alimentares são comportamentos ou pensamentos recorrentes e persistentes relacionados à alimentação, que causam sofrimento e prejuízos à saúde física e mental.
Entre os principais transtornos alimentares estão:
Anorexia Nervosa
- É um transtorno caracterizado por restrição extrema de alimentos, medo intenso de engordar e uma imagem distorcida do próprio corpo.
- Assim, mesmo estando muito magra, a pessoa se enxerga acima do peso.
- Pode haver emagrecimento severo, uso excessivo de exercícios e recusa em se alimentar.
Bulimia Nervosa
- Envolve episódios de compulsão alimentar seguidos de comportamentos para compensar o que foi comido (como vômitos, jejum, laxantes ou exercícios em excesso).
- Além disso, mutas vezes o peso corporal é normal, o que pode dificultar o diagnóstico.
Transtorno da Compulsão Alimentar (TCA)
- Consiste em episódios de ingestão de grandes quantidades de comida sem controle, mesmo sem fome, seguidos por sentimentos de culpa ou vergonha.
- Mas diferente da bulimia, não há compensação após a compulsão.
- Está Frequentemente ligado a dietas restritivas, comer emocional e baixa autoestima.
- Pode ser confundida com episódios de descontrole ao comer – veja aqui a diferença entre compulsão alimentar e exagero
Por que é comum ter recaídas após o tratamento?
Como qualquer transtorno ligado à saúde mental, os distúrbios alimentares requerem acompanhamento contínuo, mesmo após a fase inicial do tratamento.
Isso porque, se as causas profundas não forem ressignificadas, há risco de recaídas.
Por isso, é tão importante um acompanhamento multidisciplinar, incluindo nutricionista, psicólogo e psiquiatra especialistas no caso. Assim é possível ter uma boa evolução do paciente e otimização do tratamento.
Quais são os sinais de alerta para recaídas?
- Pensamentos obsessivos com comida ou peso
- Culpa ao comer, mesmo porções adequadas
- Dietas restritivas sem orientação
- Oscilações de humor ligadas à alimentação
Quanto mais autoconhecimento a pessoa tiver sobre seus gatilhos, maior será sua capacidade de identificar esses sinais precocemente.
Como se prevenir para não ter distúrbios alimentares novamente?
1. Crie uma rotina alimentar sem regras rígidas
- Evite dietas da moda e restrições sem propósito
- Coma com regularidade e respeite os sinais do corpo
2. Atenção plena (mindful eating) nas refeições
- Coma devagar, com presença
- Evite distrações como celular e TV
3. Busque apoio emocional constante
- Terapia com psicólogo(a)
- Grupos de apoio ou redes de acolhimento
4. Evite gatilhos, especialmente nas redes sociais
- Siga perfis que promovem saúde mental e diversidade corporal
- Faça pausas digitais se sentir comparação constante
5. Pratique o autoconhecimento
- Registre emoções ligadas à comida em um diário
- Identifique padrões antes que se tornem um ciclo
6. Busque ajuda no primeiro sinal de alerta
- Não espere “perder o controle” para procurar apoio
Perguntas frequentes (FAQ)
Como saber se estou tendo recaídas em distúrbios alimentares?
Fique atenta a sinais como:
- Obsessão por comida ou peso
- Sentimentos de culpa após comer
- Dietas restritivas por conta própria
- Mudanças de humor relacionadas à alimentação
Assim, se perceber esses comportamentos, procure ajuda profissional quanto antes.
Alimentação intuitiva ajuda a evitar distúrbios?
A alimentação intuitiva é para aqueles que entenderam que dieta não é o melhor caminho e que pode até na maior parte dos casos levar a ter distúrbios novamente sendo gatilho para esses comportamentos.
Se conectar com os sinais internos de fome e saciedade, entender se é uma fome física ou emocional e trazer a autocompaixão e gentileza para com o corpo são princípios da alimentação consciente e intuitiva. E, sim, é um bom caminho para quem busca evitar distúrbios alimentares.
Qual a diferença entre dieta e restrição alimentar perigosa?
Dieta significa o estilo de vida com relação à alimentação que a pessoa se sente bem em seguir, seja por restrições alimentares como resposta a alergias ou intolerâncias, ou seja, por atletas que precisam de algo específico e calculado.
Já a restrição alimentar perigosa é quando restringimos um grupo alimentar por conta própria, mas sem a real necessidade, podendo envolver um transtorno alimentar no caso.
Posso me prevenir sozinha ou preciso de acompanhamento?
Algumas práticas ajudam, mas o acompanhamento profissional é essencial caso haja qualquer sinal de desequilíbrio. Estar em paz com a comida é possível com apoio.
O que fazer se eu me sentir culpada depois de comer?
Primeiro de tudo é respirar fundo e compreender que já aconteceu. Mapeie seus pensamentos e gatilhos envolvidos para que você reflita e evite acontecer novamente. Mas lembre-se que exageros são normais e acontecem, o que determina se é um transtorno é a frequência desse exagero e dessa culpa ao comer.
Nutricionista e Terapeuta de Thetahealing, desenvolve um trabalho de conscientização dos motivos que levam a pessoa a comer, identificando crenças alimentares e de vida. Em seus atendimentos online, une conhecimentos da nutrição consciente e intuitiva e técnicas terapêuticas.
Saiba mais sobre mim- Contato: pripriyumi@gmail.com