É fome ou ansiedade? Como escutar o corpo e entender os sinais
Descubra como diferenciar fome de ansiedade com pausas conscientes, práticas de gratidão e escuta do corpo no dia a dia
Você já se perguntou se aquela vontade de comer surge porque realmente está com fome ou se é apenas ansiedade? Essa dúvida é comum — e aprender a escutar o corpo pode ajudar a diferenciar os sinais físicos das emoções.
Por que confundimos fome com ansiedade?
Estamos vivendo um momento em que muitas pessoas trabalham em casa, o que mistura ambientes e confunde necessidades. Além disso, estar o tempo todo conectada a notícias, redes sociais e tarefas não cria espaço de descanso para o corpo e a mente.
Tudo isso pode confundir os sinais de fome com a ansiedade. E é por isso que pequenas práticas de pausa e presença podem ajudar a trazer clareza.
Desafio para fazer agora
Convido você a fazer uma pausa neste momento:
- Respire fundo duas ou três vezes e se conecte com o seu corpo.
- Quando você sintoniza de verdade, que mensagens surgem?
- Pode ser vontade de se movimentar, levantar da cadeira, descansar, agradecer, usar menos o celular ou simplesmente dar um tempo.
- Se você tem um diário, anote essas percepções.
Essa escuta abre um caminho para cuidar melhor de si. Reconhecer as necessidades reais do corpo ajuda a fazer escolhas mais conscientes — como se permitir descansar no horário do almoço ou reduzir hábitos que causam desgaste.
Como saber se é fome ou ansiedade?
A fome física aparece de forma gradual e com sinais claros do corpo: estômago roncando, leve tontura, falta de energia.
Já a fome emocional surge de repente, sem sintomas físicos, e costuma estar ligada a estados emocionais — principalmente ansiedade, estresse ou tédio.
Quando estamos ansiosas, o corpo libera hormônios do estresse que aumentam a agitação e podem gerar uma falsa vontade de comer. Nesse caso, a comida entra como uma forma rápida de aliviar a tensão, oferecendo uma sensação momentânea de conforto.
Uma forma prática de diferenciar é fazer uma pausa e se perguntar:
- Estou sentindo sinais físicos de fome?
- Essa vontade surgiu de repente?
- O que estou buscando aliviar com a comida neste momento?
Se a resposta for ansiedade ou cansaço, talvez o que seu corpo precise seja de descanso, movimento ou uma pausa consciente — e não de alimento.
E é justamente nessas pausas que você pode treinar a escuta do corpo e perceber melhor suas reais necessidades.
Como fazer uma pausa para escutar o corpo?
Note como pequenas pausas durante o dia podem ser fundamentais para se reconectar com suas reais necessidades.
- Muito tempo sentada: após 1h30 ou 2h, é benéfico parar, observar como está se sentindo e escolher um gesto de cuidado.
- Se o dia está estressante: ofereça ao corpo e à mente um tempo de recuperação. Essa pausa é saudável e ajuda a reduzir o acúmulo de tensão.
Essas pausas também funcionam como um lembrete de que você não precisa responder à ansiedade com comida, mas pode escolher outras formas de autocuidado.
Como se reconectar com o corpo durante o dia?
Momentos de pausa ajudam a perceber se o corpo pede movimento ou se a mente precisa de descanso. Experimente:
- Dar uma volta no quarteirão
- Olhar a paisagem da janela
- Fazer uma respiração consciente
Esses gestos simples trazem presença e ajudam a diferenciar melhor os sinais de fome dos sinais de ansiedade.
Estratégias de autocuidado no cotidiano
Estar conectada consigo mesma permite notar hábitos que contribuem para desgaste físico e mental — como excesso de celular ou falta de descanso. Ao ajustar pequenas escolhas, você fortalece o autocuidado no dia a dia.
Algumas ideias práticas:
- Tomar um copo de água com atenção plena
- Preparar um chá ou café de forma consciente
- Reservar o horário do almoço também para descansar
O corpo não está separado da mente. Quando você oferece pausas e momentos de relaxamento, ambos colhem os benefícios.
Prática da gratidão pelo corpo
Sugiro uma prática simples que pode contribuir para essa escuta: agradecer as funções que seu organismo executa todos os dias. Cuidar dessa preciosidade que te permite viver é também uma forma de autocuidado.
- Agradeço aos pés por me permitir caminhar.
- Agradeço aos olhos por enxergar e ler.
- Agradeço aos pulmões por respirar.
Espero que você inclua momentos de pausa para nutrir seu corpo com o carinho que ele precisa naquele instante.
Conclusão
Escutar o corpo é um exercício simples, mas poderoso. Com pequenas pausas, você consegue perceber se o que sente é fome ou ansiedade e responder de forma mais consciente.
Esse cuidado é uma forma de nutrir não apenas o corpo, mas também a mente e as emoções.
Psicóloga, instrutora de Mindfulness e Mindful Eating, praticante de meditação e yoga, que encontrou no Mindful Eating um grande significado para sua atuação.
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