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Disseram que o veganismo morreu. Eis por que estão completamente errados

Descubra por que o futuro do veganismo é mais promissor do que nunca. Análise completa com base em dados científicos

Atualizado em

O futuro do veganismo nunca esteve tão promissor, mesmo que alguns insistam em decretar sua “morte”.

Nos últimos tempos, diversos veículos de comunicação tentam anunciar o fracasso do movimento vegano, baseando-se apenas na estagnação de certas marcas de alimentos processados ou na queda das ações de empresas como a Beyond Meat.

Esse raciocínio é não somente superficial, mas perigosamente míope. Em um mundo pressionado por crises ambientais, sanitárias e sociais, criticar um movimento que propõe soluções éticas e sustentáveis é contraproducente — é negar o rumo inevitável de transformação que nossa sociedade precisa trilhar.

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Por que reduzir o veganismo a “números de mercado” é um erro grave

O veganismo não é uma moda de mercado passageira. É um movimento ético que existe para eliminar a exploração animal – algo que vai muito além de gráficos de vendas ou cotações na bolsa.

Estamos falando de bilhões de seres que sofrem e morrem todos os dias — uma realidade que jamais aparece nas campanhas publicitárias bilionárias da indústria da carne, que seguem maquiando a violência sistemática como “tradição” e “prazer”.

O jogo já vem programado contra o consumidor

Quando reduzem toda a discussão a preço e sabor, os críticos convenientemente “esquecem” de mencionar que:

  • A carne só parece barata porque é altamente subsidiada com incentivos fiscais e linhas de crédito especiais
  • Pequenas empresas veganas pagam altos impostos e enfrentam enormes dificuldades para competir
  • O consumidor não escolhe “livremente” – o jogo já está programado para favorecer os gigantes da exploração

🌱 Entenda a diferença entre Vegano e Plant Based

O mercado plant-based: crescimento real além do hype especulativo

Apesar das narrativas pessimistas, o setor de proteínas alternativas teve um crescimento extraordinário na última década. Como destaca Gustavo Guadagnini, presidente do The Good Food Institute Brasil:

  • “O setor de proteínas alternativas cresceu muito nos últimos cinco anos e já se consolidou como uma categoria maior do que outras que levaram décadas para se estabelecer. Embora interpretem o momento atual como uma crise, é natural que haja uma redução no número de empresas, porque esse é o comportamento típico do mercado de alimentos.”

O que realmente aconteceu com as empresas que “falharam”

O que houve não foi um colapso do veganismo, mas sim:

  • Frustração de investidores com produtos de má gestão
  • Pouco investimento em ciência e tecnologia por parte de algumas empresas
  • Expectativas irreais do mercado financeiro sobre retornos imediatos

O próximo ciclo de crescimento só vai acontecer com produtos melhores, mais acessíveis e mais nutritivos. E isso já está em curso.

Guadagnini reforça um ponto crucial sobre o futuro do veganismo:

  • “Uma parcela muito pequena das pessoas escolhe o que come pensando em meio ambiente ou em causas éticas. Esses fatores importam, mas o consumidor precisa enxergar valor direto para a sua vida. Hoje o setor ainda se apresenta apenas como plant-based, quando, na verdade, precisa oferecer soluções práticas: produtos que resolvam problemas do dia a dia e, ao mesmo tempo, entreguem benefícios ambientais e de saúde.”

Dados de sustentabilidade: a ciência não mente

Reconhecimento de instituições globais

Os dados científicos sobre o impacto ambiental positivo das proteínas alternativas são inquestionáveis:

  • Banco Mundial (2024) classificou as proteínas alternativas como a segunda maior intervenção climática nos sistemas alimentares
  • União Europeia (setembro 2025) reforçou que a produção de proteínas alternativas é fundamental para garantir o futuro da alimentação
  • Vários países já incluíram proteínas alternativas em seus planos estratégicos de segurança alimentar

Qualquer notícia que tente relativizar esse impacto está simplesmente distorcendo a realidade científica.

A conexão oculta: indústria alimentícia x indústria farmacêutica

Aqui está um aspecto raramente discutido sobre o futuro do veganismo: a ligação direta entre a indústria de exploração animal e a indústria farmacêutica.

O ciclo perverso que poucos enxergam

Alimentos de origem animal de baixo custo, produzidos em escala industrial e altamente processados, estão diretamente associados a:

  • Diabetes tipo 2
  • Hipertensão arterial
  • Obesidade
  • Câncer de cólon
  • Problemas cardiovasculares
  • Inflamações silenciosas

Essas doenças movimentam trilhões de dólares anuais em medicamentos de uso contínuo para a indústria farmacêutica.

Existe uma engrenagem perfeita onde a indústria alimentícia barata alimenta a doença, e a indústria farmacêutica mantém o ciclo oferecendo paliativos, sem atacar a raiz do problema: a dieta baseada em produtos de origem animal.

O desafio social: construindo comunidade e pertencimento

O desafio do futuro do veganismo continua sendo social: viajar, sair ou socializar em ambientes sem opções enfraquece pessoas veganas, que precisam de comunidade, pertencimento e apoio para sustentar suas escolhas.

Uma pesquisa lançada em março de 2025, realizada pelo Instituto Datafolha, a pedido da Sociedade Vegetariana Brasileira (SVB), mostrou que 7% dos brasileiros já se sentem pertencentes ao mundo vegano.

Como lembra Mônica Buava, presidente da SVB:

  • “Em toda mudança profunda, é natural que algumas pessoas encontrem dificuldades no caminho — isso não diminui nem abala o movimento. Pelo contrário: nos convida a olhar para essas dores com empatia e a pensar em estratégias para acolher e apoiar quem deseja permanecer nessa escolha.”

Políticas públicas: o veganismo chegou ao poder

As organizações da sociedade civil têm papel decisivo no futuro do veganismo. No Brasil, a Mercy For Animals atua diretamente em políticas públicas, garantindo que governos considerem o impacto da alimentação sobre o clima, a saúde e o bem-estar animal.

Thamara Falco, diretora de Comunicação e Marketing da MFA, explica os resultados práticos:

  • “Nosso diálogo com gestores municipais e federais é constante. O Alimentação Consciente Brasil, por exemplo, contribui para a inclusão de cardápios com mais opções à base de vegetais em mais de 700 escolas públicas em todo o país. O programa, que já impactou a alimentação de mais de 300 mil alunos desde 2018, é parceiro de prefeituras em cidades como Niterói, Salvador, Caruaru e Belém.”

O trabalho vai além das escolas:

  • Critérios de sustentabilidade em compras públicas
  • Reconhecimento governamental da urgência de diversificar fontes de proteína
  • Políticas nacionais de alimentação mais justas e sustentáveis

O futuro do veganismo: amadurecimento, não fracasso

Onde estamos agora

O veganismo não perdeu – ele amadureceu. Saiu do hype especulativo e voltou para onde sempre pertenceu:

  • Na mesa das pessoas comuns
  • Nas cozinhas de casa
  • Nas comunidades conscientes

O próximo ciclo já começou

O segundo ciclo do futuro do veganismo será mais sólido, baseado em:

  • Ciência avançada
  • Tecnologia de ponta
  • Sabor aprimorado
  • Sustentabilidade comprovada
  • Benefícios de saúde evidentes
  • Justiça para os animais

Os próximos passos

Os produtos e a indústria vegana ainda têm um caminho pela frente:

  • Avançar em tecnologia alimentar
  • Conquistar mais espaço de mercado
  • Tornar preços mais competitivos
  • Elevar a qualidade constantemente

No entanto, o mais urgente é a necessidade de evoluir a consciência das pessoas. De nada adianta ter os melhores produtos disponíveis se a maioria ainda estiver presa a hábitos e crenças antigas, sem enxergar que mudar a alimentação é literalmente melhorar o mundo.

Conclusão: um movimento que transcende mercados

O futuro do veganismo não se resume a estatísticas de mercado ou modas passageiras. É um movimento que toca a vida em todas as suas dimensões:

  • Ética: Compaixão pelos animais
  • Ambiental: Sustentabilidade planetária
  • Social: Justiça alimentar
  • Saúde: Bem-estar individual e coletivo

Enquanto a indústria da carne sustenta sua narrativa com subsídios bilionários e campanhas publicitárias que maquiam a violência, o veganismo amadurece e resiste. Cresce nas cozinhas, nas escolas, nas políticas públicas e na consciência coletiva.

É sobre o impacto que geramos ao escolher o que colocamos no prato. Porque mudar a alimentação e hábitos de consumo é também mudar o futuro da vida no Planeta.

Fontes científicas

Mudanças climáticas e meio ambiente

Subsídios à pecuária

Saúde e doenças ligadas a produtos animais

Mercado e tecnologia

Segurança alimentar

Doenças crônicas e indústria farmacêutica

Alana Rox

Alana Rox

Autora dos best-sellers Diário de Uma Vegana e Diário de Uma Vegana 2. Prega a conexão corpo, mente e espírito através da alimentação e estilo de vida saudáveis como agentes de transformação.

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