Por que minha vida amorosa não dá certo?
Você sente que sua vida amorosa não dá certo? Descubra como crenças, padrões e autoestima podem estar travando seus relacionamentos
Por Ceci Akamatsu
Você se esforça, faz terapia, busca se conhecer e evoluir… e ainda assim sua vida amorosa não dá certo? Então esse texto é para você. Vamos entender por que, mesmo tentando, as coisas podem parecer não sair do lugar.
No primeiro texto desta série de artigos sobre o amor, entendemos que não há segredo para ser feliz no amor, mas que prática, persistência, paciência e perseverança são essenciais.
Agora, vamos entender as crenças inconscientes que podem sabotar seus relacionamentos, e que fortalecer autoestima e poder pessoal é essencial para mudanças reais.
Por que minha vida amorosa não dá certo?
Por mais que desejemos a felicidade afetiva, muitas vezes nos deparamos com repetições dolorosas. Isso não significa fracasso. Pode ser um reflexo de padrões inconscientes que ainda não foram compreendidos ou transformados. E pode ser exatamente por isso que sua vida amorosa não dá certo.
A vida mostra a verdade, ela nos traz o resultado de nossas atitudes, sejam elas conscientes — ou seja, aquelas que percebemos e sabemos o que estamos fazendo — ou inconscientes — quando não sabemos verdadeiramente o que estamos fazendo.
Em ambos os casos somos influenciados pelos reflexos que nem percebemos, de todos os aspectos positivos ou negativos que adquirimos ao longo da vida, seja na educação, cultura, criação, amizades, amores, etc.
Como os condicionamentos inconscientes atuam sem a gente notar?
Imagine alguém que sempre viu um rio poluído em frente de casa. Para essa pessoa, água suja parece normal. Só ao entrar nesse rio e sentir os efeitos negativos na pele, perceberá que aquilo faz mal.
Da mesma forma, podemos carregar crenças distorcidas sobre amor e relacionamento sem nem nos darmos conta. Achamos que elas nos ajudam a ser felizes, quando elas fazem justamente o contrário.
Isso geralmente acontece quando não estamos trabalhando nossa percepção da realidade e consciência, nos deixando levar pelos impulsos inconscientes, crenças e hábitos.
Por exemplo:
- Acreditar que só será feliz com um parceiro, ignorando a importância de estar bem consigo.
- Tentar mudar o outro, sem olhar para as próprias questões.
- Fugir da solidão, como se fosse algo inaceitável.
Tudo isso pode contribuir para a sensação de que sua vida amorosa não dá certo, mesmo com tanto esforço.
Como mudar essa realidade?
O que mais rejeitamos costuma apontar para algo dentro de nós que precisa ser olhado. Rejeitar a solidão, por exemplo, pode revelar um medo profundo que só será curado quando enfrentado.
Não se trata de “aceitar” o que faz mal, mas de investigar o que está por trás da repulsa.
No fundo, aquilo que mais nos incomoda é geralmente o que nos ajuda a ter consciência a respeito de alguma dificuldade, medo, insegurança ou recalque nosso.
Mas por serem muito doloridos ou desagradáveis, os evitamos a todo o custo, criando todos os tipos de justificativa e explicações.
Racionalmente, elas podem ser bem ou totalmente convincentes, mas que não nos ajudam a resolver nossos problemas, apenas criam desculpas para fugir deles.
De fato, determinada situação ou pessoa pode não ser muito positiva, mas não estaríamos entrando em contato com ela se não tivéssemos algo para aprender a lidar com a mesma.
Meu querer é saudável ou é um vazio disfarçado?
Nem todo desejo é desejo de fato. Às vezes, é uma tentativa de preencher um vazio. A busca ansiosa por um relacionamento pode vir de uma carência mal elaborada. E isso afasta, em vez de aproximar, a possibilidade de um encontro afetivo saudável.
Mesmo pessoas em processo terapêutico ou de autoconhecimento podem viver repetições dolorosas. Isso não significa que nada esteja funcionando. Significa que os testes da vida estão pedindo mais prática, paciência e persistência.
Quando você se pergunta “por que minha vida amorosa não dá certo?“, talvez o ponto de partida seja rever o que está por trás desse querer.
Por que as situações se repetem?
Porque são esses testes que nos ajudam a fortalecer tudo o que estamos desenvolvendo internamente. A repetição de uma situação não é castigo, mas sim oportunidade real de aplicar o que estamos aprendendo.
Se tenho medo da solidão, enquanto não aprender a lidar com os sentimentos e os pensamentos ruins que ela traz, ficarei à mercê do medo, não adianta fugir.
Somente superando minimamente a nós mesmos poderemos seguir em frente. Se desejo que meu parceiro aja da maneira como acho que ele deve agir, pode ser que precise trabalhar a minha comunicação e a conciliação de interesses na relação.
Exercitando a flexibilidade e a habilidade de assumir as próprias demandas, além de saber colocá-las de maneira saudável para o outro, ouvindo também de maneira saudável as demandas alheias.
O que preciso equilibrar em mim?
Geralmente o outro sempre mostra algo que precisa ser equilibrado em nós.
Se existe falta ou excesso de alguma energia na pessoa parceira que nos irrita demais, é justamente essa característica que nos dá a pista do que está desequilibrado em nós e precisa ser harmonizado.
- O que me irrita tanto?
- Como essa característica aparece em mim, ainda que de forma diferente?
Por mais que seja frustrante ou irritante, as situações desagradáveis são oportunidades para ir além, fazer diferente, mesmo que os resultados alcançados sejam mínimos e a situação pareça mudar muito pouco ou até mesmo nada.
Se queremos um parceiro e ao invés de encontrá-lo nos vemos abandonados, pode ser hora de passar pelo abandono de uma nova maneira, buscando ao máximo manter o foco em onde queremos chegar.
Esse passo é essencial quando parece que a vida amorosa não dá certo sem motivo claro.
E como isso pode ser feito?
Cuidando de nós mesmas, nos mantendo o melhor que pudermos e preservando ao máximo nosso acreditar intacto, que mesmo diante de mais um “fracasso” vamos encontrar o que buscamos.
Testamos e fortalecemos nosso amor-próprio e poder pessoal, buscando maneiras e estratégias de nos deixar abater o mínimo possível pela situação em que nos encontramos no momento, fazendo a escolha de não deixar os sentimentos negativos nos derrubarem ou comprometerem a força do nosso acreditar que seremos felizes.
Se você anseia por uma mudança de atitude do parceiro e mais uma vez ele repetiu seu comportamento desagradável, em vez de responsabilizar completamente o outro, experimente perceber sua própria responsabilidade sobre a atual situação, buscando maneiras e estratégias de mudar sua abordagem interna e externa para tal questão.
- Como lidar com as próprias insatisfações, raivas, revoltas, orgulhos?
- Como será que esses sentimentos foram construídos dentro de nós?
Muitas vezes sozinhos não conseguimos realizar essa conscientização e a ajuda terapêutica pode se tornar necessária.
Autoestima e poder pessoal são a chave
Em todos os casos de harmonização, o fortalecimento de autoestima e poder pessoal são imprescindíveis. Até mesmo aqueles que acham que já se amam bastante e são fortes o suficiente, com certeza têm questões a serem trabalhadas e harmonizadas.
Muitas vezes, mesmo que estejamos mais conscientes e trabalhando para as mudanças, repetimos os padrões que desejamos mudar e obtemos o mesmo resultado frustrante.
Mas a percepção cada vez maior de como a situação acontece, e a crescente consciência acerca das próprias atitudes e do que precisa ser trabalhado, ainda que não mude o resultado final, já é um enorme passo.
De fato, não gera grandes mudanças de início, mas começa a sedimentar o caminho, criando condições para ela acontecer.
É nesse momento que precisamos muito de nossa paciência com os resultados frustrados e perseverança para continuar acreditando e apostando na mudança.
É nesse ponto que acabamos muitas vezes desistindo, pois como não vemos resultados concretos ainda, não conseguimos nos manter acreditando que estamos realizando algo efetivo.
O que fazer quando não vejo resultados?
Pode ser que não estejamos sendo efetivos mesmo, ou pode ser que já estejamos no caminho de harmonização, mas não percebemos o quanto já caminhamos, pois geralmente esperamos resultados rápidos e conforme o que achamos que tem que ser.
Se começamos a nos cuidar, queremos nos sentir bem e ver nossa vida afetiva mais harmoniosa logo, mas é preciso paciência.
Quando começamos uma dieta alimentar, não emagrecemos e ficamos saudáveis no dia seguinte. Estejamos tentando de maneira inadequada ou já no caminho, mas ainda sem os resultados esperados, só será possível nos certificar se continuarmos tentando.
Desistir apenas nos leva novamente à frustração inicial, que acaba se agravando, por mais uma tentativa frustrada.
Isso soa como querer chegar a um lugar, começar a caminhar e após andar um pouco e ficar cansado, achar que já devia ter chegado ao destino pelo simples fato do corpo pedir descanso.
O caminho não vai mudar porque achamos que ele deveria ser mais curto ou menos cansativo, o caminho simplesmente é o que é – ou nos propomos a percorrê-lo ou não chegaremos aonde queremos.
A responsabilidade de não alcançarmos o destino desejado nunca será do caminho, mas sempre nossa.
Conclusão: siga com paciência, mesmo que o caminho pareça longo
Você está se esforçando? Está buscando olhar para si e entender seus padrões? Então confie no processo. Mesmo que os resultados ainda não sejam visíveis, algo dentro de você já está se reorganizando.
Reclamar não ajuda. Desistir paralisa. Mas seguir em frente, mesmo que lentamente, constrói o terreno para o amor saudável que você busca.
Terapeuta Energética, faz atendimentos à distância pelo Personare. É a autora do livro Para que o Amor Aconteça, da Coleção Personare.
Saiba mais sobre mim- Contato: ceciakamatsu@gmail.com