Tipo de pai no Tarot: descubra como se relacionar com cada um
Entenda os quatro tipos de pai no Tarot e como lidar com cada um. Inspire-se nos arquétipos dos Reis para curar ou fortalecer essa relação.
Por Leo Chioda
Nem todo pai é igual. No Tarot, cada tipo de pai pode ser representado por um dos quatro Reis — figuras arquetípicas que revelam as mais diferentes formas de exercer a paternidade.
Neste artigo, você vai descobrir como lidar com cada tipo de pai no Tarot, compreender os padrões emocionais envolvidos e encontrar caminhos para fortalecer essa relação — seja ela presente, distante ou inexistente.
O que o Tarot revela sobre a figura paterna?
A simbologia do pai é à autoridade, à ordem e à razão que orienta o crescimento e a consciência. Nas tradições psicológicas, especialmente em Jung, ele representa o arquétipo que estrutura, impõe limites e conduz à responsabilidade e à autonomia.
Culturalmente, esse arquétipo aparece em mitologias e religiões como a figura de um deus criador, rei ou guardião: quem transmite leis, cultura, proteção e sabedoria.
Sendo assim, o pai é visto como a ponte entre o mundo humano e o sagrado, guiando moralmente e protegendo. Ao mesmo tempo, o pai desafia, testa e empurra para a superação, sendo figura essencial na formação do eu.
Seu papel simbólico, portanto, é o de moldar o caos em ordem, orientar com firmeza e preparar o ser para caminhar com independência.
No Tarot, os quatro Reis expressam esse papel com tonalidades distintas envolvendo os quatro elementos (Água, Fogo, Ar e Terra):
- Rei de Copas (Água): sensibilidade, afeto e acolhimento
- Rei de Paus (Fogo): ação, entusiasmo e intensidade
- Rei de Espadas (Ar): lógica, ética e racionalidade
- Rei de Ouros (Terra): segurança, constância e tradição
Esses arquétipos ajudam a compreender os comportamentos da figura paterna e também a reconhecer esses traços em si, independentemente de gênero ou da presença de filhos.
Não importa se você é pai biológico, pai afetivo ou alguém que assume esse lugar de guia na vida de outras pessoas: todos carregamos, em algum nível, esses arquétipos dentro de nós.

Como saber qual Rei representa seu pai?
Você pode:
- Observar as descrições abaixo e identificar qual combina mais com a figura do seu pai
- Refletir sobre os comportamentos paternos predominantes
- Usar o Tarot e perguntar: “Que tipo de pai ele é para mim hoje?” utilizando o Tarot do Dia gratuito.
Como lidar com cada tipo de pai no Tarot?
Nem toda relação com o pai é simples — e tudo bem. Mas o Tarot pode oferecer um olhar mais compassivo, ajudando a resgatar a conexão, curar feridas e até fortalecer o vínculo de quem já se dá bem.
Rei de Copas — O pai sensível e enigmático
O Rei de Copas é o pai que escuta, acolhe e demonstra afeto com naturalidade. É sensível às necessidades emocionais, sabe conversar e entende quando o outro precisa de espaço.
Além disso, é aquele pai que chora junto no filme, que lembra aniversários e que ensina que expressar sentimentos também é força.
- Fortalezas: empatia, escuta ativa, vínculo afetivo profundo.
- Desafios: pode evitar conflitos, ter dificuldade em impor limites.
Como lidar com esse tipo de pai no Tarot:
- Demonstre afeto sem esperar reciprocidade imediata
- Ouça suas histórias e memórias — isso o aproxima
- Evite pressão emocional ou discussões acaloradas
- Mostre leveza e segurança emocional
Ele é o “homem de coração mole”, que às vezes vive entre o romantismo e a fuga da responsabilidade afetiva. Como pai, pode ser doce, mas também emocionalmente ausente caso se sinta deslocado ao encarar a relação com os filhos, que pode ser complexa para alguns.
Rei de Paus — O pai inspirador e enérgico
O Rei de Paus representa o pai entusiasmado, que incentiva os filhos a se arriscarem, a serem criativos e a não desistirem dos próprios sonhos. É um verdadeiro motivador.
Além disso, é o tipo de pai que ensina mais com ações do que com palavras.
- Fortalezas: liderança, exemplo de coragem e atitude.
- Desafios: pode ser impulsivo, controlador ou impaciente.
Como lidar com esse pai:
- Mostre admiração pelos esforços dele, mesmo os pequenos
- Dê espaço para ele se expressar com entusiasmo
- Evite enfrentamentos diretos quando ele estiver irritado
- Mantenha um canal de comunicação sincero e leve
Rei de Espadas — O pai lógico e reservado
Racional, direto e ético. O Rei de Espadas é o pai educa com firmeza e clareza, sempre guiado pelo senso de justiça. Costuma prezar pela formação intelectual e pela autonomia dos filhos.
É o pai que prepara para o mundo com base na verdade e no pensamento crítico. Pode ser austero, abusando da racionalidade e passando por cima de qualquer possibilidade de carinho sincero.
Quando é assim, o pai Rei de Espadas assume a figura severa do regulador, do homem bravo que prioriza a estabilidade em vez do afeto e da boa convivência.
- Fortalezas: objetividade, sabedoria, clareza ao comunicar.
- Desafios: pode parecer distante emocionalmente ou crítico demais.
Como lidar com esse tipo de pai no Tarot:
- Fale com objetividade e sem dramatização
- Respeite o espaço dele e a forma como se organiza
- Traga assuntos intelectuais, ele se conecta por aí
- Evite discussões sobre emoção pura — argumente de forma lógica sobre a importância de se abrir, desabafar e até mesmo de demonstrar vulnerabilidade
Rei de Ouros — O pai provedor e tradicional
O Rei de Ouros cuida oferecendo estabilidade e segurança. É prático, trabalhador e muitas vezes tradicional. Gosta de ver quem ama prosperar e crescer com os pés no chão.
Além disso, é o tipo de pai que constrói uma base sólida e quer garantir o futuro de quem ama.
- Fortalezas: responsabilidade, constância, apoio material.
- Desafios: pode ser rígido, apegado a padrões antigos ou pouco flexível.
Como lidar com esse pai:
- Reconheça o esforço e o cuidado prático que ele oferece
- Não subestime sua inteligência: ele entende mais do que fala
- Seja clara/o e direta/o nos pedidos, frisando a utilidade daquilo que você quer
- Evite julgamentos sobre suas crenças ou estilo de vida
E se eu não tive um pai presente?
A ausência do pai pode ser compreendida e trabalhada por meio da integração simbólica dos quatro Reis. Cada um oferece um caminho para reconstruir, dentro de si, as qualidades essenciais da função paterna.
Essa prática arquetípica não apaga o impacto da ausência, mas permite curar, fortalecer e amadurecer a própria identidade por meio de uma reconexão com esses pilares internos.
Identifique o que precisa ser integrado em você ao ler cada um dos Reis e, depois de definido, medite sobre a imagem da carta com uma frequência rigorosa, como se fosse um lembrete do que você precisa trazer para a sua vida.
Rei de Paus (Fogo – espírito, ação, propósito)
Eis o pai visionário, o inspirado e o inspirador, o mais enérgico. Sua ausência pode apontar para a falta de propósitos, medo de se expor ou até inibição da vontade.
Ao incorporá-lo, você aprende a agir com coragem, seguir sua vocação e liderar com paixão. Ele representa o fogo que move, guia e desperta confiança no caminho. Rei de Paus é aquele que risca o fósforo e sustenta a fogueira. Ímpeto, vigor, resistência.
Rei de Copas (Água – emoções, lirismo, vínculo)
Eis o pai emocionalmente disponível, sensível e compassivo. Sua ausência pode deixar traumas afetivos, carência, ou até medo da intimidade. Trabalhá-lo internamente significa cultivar inteligência emocional, empatia e maturidade afetiva.
Nesse sentido, esse rei ensina a sentir a vida sem se afogar, oferecendo apoio e abaixando as armas da razão e do ódio.
Rei de Copas é o artista que faz um brinde à vida, que vê beleza onde não parece haver e que aposta na paciência. Tem um pacto com o tempo. Profundidade, delicadeza, força verdadeira.
Rei de Espadas (Ar – mente, coragem, racionalidade)
Eis o senhor excelso do discernimento, da clareza e da mais fina justiça. Sua ausência pode gerar confusão mental, falta de direção ou dificuldade em tomar decisões éticas, relegando seus filhos a um poço de lágrimas e carências aparentemente infundadas.
Lidar com essa ausência envolve desenvolver real destemor, pensamento crítico, comunicação honesta e integridade. Nesse sentido, ele ensina a pensar por si mesmo e a encontrar um código de conduta interno.
Rei de Espadas é aquele que advoga pelo certo, pelo eficaz e pela excelência. Argumentos pontiagudos, postura inatingível, palavras sempre afiadas. O dono da voz da razão.
Rei de Ouros (Terra – estabilidade, corpo, matéria)
Eis, por último, o pai da fartura — o provedor, o protetor e o construtor. Quando ausente, pode haver sensação de insegurança, instabilidade material ou baixa autoestima.
Integrar esse rei é aprender a se sustentar, a criar segurança e a desenvolver valor próprio. Útil para desenvolver uma relação saudável com a vida prática, com o dinheiro e com o trabalho — sempre pensando a longo prazo.
Ele ensina o compromisso, a constância e o cuidado prático com a vida. Rei de Ouros é o empreiteiro do futuro, mas sem se esquecer do passado e do presente: em nome das delícias da vida, de quem veio antes, das certezas de agora e das garantias para o amanhã.
Que tipo de pai você é?
Perceba que este artigo serve também para avaliar sua própria atuação enquanto figura paterna, se for o caso.
Se você tem filhos, independentemente do seu gênero, é importante observar as características dos quatro Reis. Então, elencar as que você já tem bem desenvolvidas e as que precisa incorporar ao longo do processo de criação, educação e manutenção dos seus dependentes.
O Tarot não apenas revela, mas ensina. A cada carta, uma possibilidade de evoluir.
Entender a figura paterna é significativo
Sabemos: nem sempre o relacionamento com a figura paterna é simples ou prazeroso. Aqui no Personare você encontra outros artigos que podem te ajudar a trabalhar as feridas e entender melhor a dinâmica com seu pai, como:
- A Importância do Papel do Pai mesmo quando ele é ausente da sua vida
- Quais potenciais você herdou do seu pai, segundo a Numerologia
- Paternidade no Mapa Astral
- O pai de cada signo: saiba o que a Astrologia revela
Indepententemente da relação que temos com a figura paterna — seja boa, má ou nula —, quando conseguimos de fato olhar para ela, abrimos espaço para a compreensão, a aceitação e até mesmo a reconciliação, caso seja necessária ou desejada.
Entender a importância dessa figura pode mudar a forma como você se sustenta, como vê o mundo e como regula sua própria vida.
Leo Chioda é escritor e um dos principais tarólogos em atividade no Brasil. É doutor em Literatura pela Universidade de São Paulo e sua tese é sobre poesia e alquimia. No Personare é autor do Tarot Mensal e Tarot Direto. Professor do Curso Básico de Tarot faz também atendimentos online pelo Personare.
Saiba mais sobre mim- Contato: l.chioda@personare.com.br
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