O que está por trás dos vícios com álcool, compras, redes sociais e demais?
Descubra como os vícios são compreendidos na Medicina Chinesa e conheça caminhos reais de cura, acolhimento e equilíbrio
Por Eric Flor
Existem dores que não conseguimos nomear, mas o corpo encontra outras formas de falar. Seja através da compulsão, da repetição, do exagero — dos vícios. A Medicina Chinesa tem a explicação e mais, um olhar gentil para curar essas questões.
Cada vício — cigarros, goles, tragadas, compras, comida, cliques, sexo… —, por mais destrutivo que pareça, carrega um pedido silencioso de socorro. E é nesse ponto que a Medicina Tradicional Chinesa (MTC) atua, olhando para os problemas além do sintoma.
Neste artigo, vamos entender como a Medicina Chinesa interpreta diferentes vícios e como oferece caminhos reais de acolhimento e transformação.
Como a Medicina Chinesa entende os vícios
Na MTC, o ser humano é um sistema dinâmico e interconectado. Ou seja, emoções, órgãos e energia (Qi) conversam o tempo todo.
Por isso, quando essa harmonia se rompe — seja por traumas, choques emocionais ou padrões repetidos — o corpo tenta se reorganizar como pode. Muitas vezes, a solução encontrada é o vício.
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A origem dos vícios na Medicina Chinesa
A seguir, entenda de onde vem cada tipo de vício com dicas de como você pode superá-los.
1. Cigarro: a tristeza que não respira
Na Medicina Chinesa, o Pulmão é o órgão responsável por captar o Qi (energia vital) do ar. Ele está profundamente ligado à tristeza, à melancolia e ao luto.
Por isso, pessoas que fumam com frequência, muitas vezes, estão tentando respirar algo que a vida não oferece mais: leveza, sentido, conexão.
O ato de tragar é simbólico — é como se buscassem inspiração onde não há mais fôlego interior.
Desequilíbrios associados:
- Deficiência de Qi do Pulmão
- Bloqueio do meridiano do Coração
- Estagnação de energia no Peito
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2. Álcool: a fuga da raiva silenciosa
O álcool, quente e dispersivo, atua diretamente no Fígado, órgão ligado à raiva reprimida, frustração e estagnação. Muitas pessoas bebem para “relaxar”, mas, no fundo, querem anestesiar emoções que borbulham por dentro e não conseguem se expressar.
Além disso, o Baço, responsável pela digestão emocional, também sofre com o excesso de álcool e perde a capacidade de nutrir corpo e mente.
Desequilíbrios associados:
- Estagnação do Qi do Fígado
- Deficiência de Baço-Pâncreas
- Fogo no Coração
3. Drogas: o desejo de escapar do corpo
A dependência química mais intensa geralmente envolve uma desconexão profunda com a própria essência. Há uma tentativa desesperada de sair da realidade — porque a realidade machuca.
Porém, o uso de substâncias mais pesadas compromete os Rins (reserva de energia vital) e o Coração (centro da consciência e do Shen, o espírito).
Desequilíbrios associados:
- Deficiência de Jing dos Rins
- Fogo do Coração descontrolado
- Vazio de Shen
4. Comida: o abraço que não veio
A compulsão alimentar é uma das formas mais socialmente aceitas de vício. O alimento preenche temporariamente o vazio, mas logo esvazia de novo. O Baço, na MTC, é o centro da digestão física e emocional.
Assim, quando enfraquecido, surgem preocupações excessivas, insatisfação crônica, gula emocional.
Desequilíbrios associados:
- Deficiência de Qi do Baço
- Umidade interna
- Estagnação do Estômago
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5. Redes sociais: o desejo de ser visto
A compulsão por redes sociais tem a ver com validade e pertencimento. É a tentativa de ser reconhecido, amado, admirado. Assim, o Coração, que abriga o Shen, sofre quando está em vazio.
As interações virtuais viram pequenas doses de dopamina para tentar silenciar um Coração que está implorando por conexão real.
Desequilíbrios associados:
- Vazio de Shen no Coração
- Agitação do Yang do Fígado
- Deficiência de Pulmão
6. Compras: o vazio que pede forma
Comprar compulsivamente é dar forma material a um buraco emocional. É tentar se completar com o que vem de fora.
Assim, o consumo exagerado afeta o Baço (necessidade de controle) e o Coração (carência afetiva), gerando um ciclo de euforia e culpa.
Desequilíbrios associados:
- Deficiência de Baço com excesso de pensamento
- Fogo do Coração
- Estagnação do Fígado
7. Exercício compulsivo: quando o movimento vira fuga
Praticar atividades físicas é saudável — mas quando se torna compulsivo, pode ser um sinal de fuga emocional mascarada de saúde. O corpo corre porque a mente não quer parar.
O Fígado entra em excesso, assim como o Coração, que se sobrecarrega com adrenalina. O excesso de Yang desequilibra o Yin: não há repouso, introspecção, contato com a dor.
Desequilíbrios associados:
- Excesso de Yang do Fígado
- Deficiência de Yin dos Rins e do Coração
- Desconexão com o Pulmão
8. Vício em sexo: a Essência dispersa e a busca por fusão
O vício em sexo, na visão da Medicina Chinesa, está profundamente ligado ao esgotamento do Jing — a Essência armazenada nos Rins, que sustenta nossa vitalidade, longevidade e força de vontade.
Por isso, quando há uma perda dessa energia por excessos, traumas afetivos ou abandono emocional, o impulso sexual pode se tornar um caminho distorcido para tentar recuperar a conexão consigo e com o outro.
Muitas vezes, o ato sexual é usado como fuga da solidão, como anestesia da dor, ou como uma busca inconsciente de pertencimento e amor.
O Shen (espírito) torna-se inquieto, o Coração perde sua serenidade e o Rim se enfraquece ainda mais, gerando um ciclo de exaustão e dependência.
A Medicina Chinesa olha para esse padrão com profunda compaixão. Não se trata de controle ou repressão, mas de reencontro com a própria energia vital.
Acupuntura, fitoterapia, moxa e práticas como o Qi Gong restauram o Jing, fortalecem os Rins e estabilizam o Shen — abrindo espaço para que a sexualidade volte a ser sagrada, consciente e nutridora.
Trauma e Vício: caminhos que se cruzam
A Medicina Chinesa caminha lado a lado com as descobertas da neurociência e da psicologia corporal.
Sabemos que grande parte dos vícios se enraízam em traumas não elaborados, em histórias de abandono, rejeição, violência, solidão.
Quando o trauma não é acolhido, ele busca rotas de escape — e o vício é uma delas. Mas existe saída. E ela começa pelo reconhecimento amoroso da dor.
Como a Medicina Chinesa pode ajudar nos vícios
As práticas da MTC não combatem o vício como inimigo, mas acolhem o que ele revela. Elas fortalecem os órgãos em deficiência, regulam as emoções, aliviam sintomas da abstinência, e — principalmente — devolvem à pessoa a confiança de que é possível viver de outro jeito.
Práticas da MTC:
- Acupuntura: desbloqueia os meridianos, regula a mente, reduz ansiedade, compulsão e insônia.
- Auriculoterapia: ativa pontos neurológicos ligados ao sistema límbico, aliviando a tensão, a dependência e o desejo.
- Moxa: aquece os Rins, tonifica a energia vital, ajuda na reconstrução da força interior.
- Ventosas: liberam toxinas energéticas, auxiliam no relaxamento e na desintoxicação do Fígado.
- Fitoterapia Chinesa: fórmulas que nutrem o Coração, acalmam o Shen, e reequilibram os órgãos afetados.
Terapias integrativas que apoiam a cura
- Florais de Bach: tocam emoções sutis, ajudam a lidar com medo, culpa, tristeza e apego.
- Reiki: acalma, reequilibra, fortalece o campo energético. Leva luz a lugares esquecidos.
- Pranic Healing: limpa o corpo energético, corta cordões de dependência e remove formas-pensamento nocivas.
- Meditação dos Corações Gêmeos, Mindfulness, Taoísta: reeduca a mente, silencia o impulso e ensina a presença.
Cura é lembrar quem você é
Você não é o seu vício. Você é a vida que ficou presa por trás dele. Nesse sentido, há caminhos possíveis, humanos, amorosos.
Caminhos que não pedem perfeição, mas presença. Que começam quando você diz “eu preciso de ajuda” — e alguém responde: “estou aqui para você.”
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Eric Flor é terapeuta integrativo formado em fisioterapia, acupunturista e mestre em Reiki. Faz atendimentos online e presenciais em João Pessoa com Auriculoterapia, Ventosaterapia, Moxaterapia, Orgoniteterapia, Cristalterapia e Pranic Healing (Cura Prânica) na promoção de saúde em todos níveis, equilíbrio e bem-estar.
Saiba mais sobre mim- Contato: eriflorfrancisco@gmail.com
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