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Você sente ausência materna?

A ausência materna não contempla apena a ausência física, mas também a emocional que pode ter início ainda na gestação. Entenda como isso acontece.

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A ausência materna pode ser sentida como um grande vazio do qual muitos tentam preencher de diferentes maneiras, em sua maioria de forma inconsciente.

Há os que tentam preencher a dor de forma saudável, através do investimento em atividades como esportes, práticas beneficentes, artes. Enquanto outros utilizam caminhos como vícios dos mais diversos tipos: desde drogas à compulsão por comida.

É importante entender que a ausência materna não contempla apena a ausência física, mas também a emocional que pode ter início já no período gestacional, antes mesmo do bebê nascer. O vínculo entre mãe e bebê tem início ainda nessa fase.

Como ocorre o vínculo entre mãe e bebê?

Durante a gestação o bebê vive a fase umbilical de acordo com o psicanalista Wilson Ribeiro, criador da Psicoembriologia (entenda melhor nesse artigo). Além de receber os nutrientes e oxigênio através do cordão umbilical, o bebê também recebe descargas hormonais que refletem as cargas emocionais da mãe, onde há uma ligação psíquica de mente a mente.

O bebê no ventre não tem a percepção de que é um ser diferente da mãe, ele entende essas emoções como sendo dele e isso poderá causar registros favoráveis e também desfavoráveis em seu sistema psíquico.

Após o nascimento, o bebê continua com essa ligação com a mãe e, além disso, passa a viver outras experiências de forma intensa devido à incapacidade de se expressar. Tudo isso contribui para a formação de registros inconscientes.

Durante a amamentação, por exemplo, o bebê se alimenta do leite, mas se nutre principalmente do olhar da mãe ou do cuidador que o alimenta. Não importa se é o leite materno oferecido do peito ou se é um leite de fórmula oferecido na mamadeira, a nutrição emocional ocorre através do contato visual da mãe ou do cuidador.

Impactos da ausência materna na vida adulta

A falta do olhar pode gerar uma grande insegurança e impactar futuramente através de dificuldades em criar vínculos em suas relações, podendo causar também repetições de conflitos.

Na ausência física da mãe, um cuidador poderá desempenhar esse papel de forma a amenizar esses impactos, atendendo às necessidades do bebê e acolhendo suas angústias.

A ausência emocional pode acontecer devido a uma série de fatores, por exemplo, uma mulher que está passando por uma gravidez não planejada e pode negar a existência do bebê.

Há meios de se trabalhar com essa gestante através da gestação psicoassistida para que ela tenha um acompanhamento, consiga se reequilibrar e, com isso, possa também proporcionar mais saúde física e psíquica a ela e ao bebê.

Para quem vive a dor da ausência materna e sofre seus impactos, é importante buscar um acompanhamento psicanalítico para ser conduzido de forma segura em sua própria história e ressignificar o que foi vivenciado.

É possível conviver com uma cicatriz bem cuidada, mesmo que aparente. Já uma ferida aberta causa dor, sangra e impacta diretamente na sua vida. Você pode, independente do que foi vivido, reescrever uma nova história.

Monalihsa Cávallaro

Monalihsa Cávallaro

Psicanalista, Psicoembrióloga e Nutricionista que escolheu atuar na nutrição do corpo físico, mental e emocional. Atua na assistência a pessoas de todas as idades, desde o ventre até a fase adulta, usando como base a Psicanálise, a Psicoembriologia e o olhar integrativo das terapias energéticas.

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